Os Estrategas da OLP Leram Theodore Herzl?

A Expulsão de Agar de Claude Lorrain

Há uma grande chance do pedido de elevação de estatuto que a OLP fez, na ONU, ter sido baseado nas palavras de Theodore Herzl:

"Aqueles Judeus que concordarem com a nossa ideia de um Estado juntar-se-ão à Sociedade, que estará assim autorizada a reunir-se e a negociar com Governos em nome do nosso povo. A Sociedade será, deste modo, reconhecida nas suas relações com Governos como um poder criador de Estado. Este reconhecimento irá praticamente criar o Estado"

Poderão estar a pensar quão absurda a ideia é; mas sigam a linha de pensamento:
A OLP é a "Sociedade (...) autorizada a reunir-se e a negociar com Governos em nome do (...) povo", facto reiterado pelo Presidente Abbas que, em Setembro de 2012 perante a UNGA, afirmou "Nós (...) a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), o único representante do povo palestiniano (...)". A OLP assinou a criação da AP (Autoridade Palestiniana), em 1994 durante a assinatura dos Acordos de Oslo, um orgão reconhecido pela comunidade internacional como "um poder criador de Estado" e, apesar de eu acreditar num futuro estado palestiniano, tenho as minhas suspeitas de que não será constituído exactamente dentro das fronteiras imaginadas - até porque, legalmente falando, essas fronteiras não fazem sentido algum (N.B: continuo à espera do dia em que se apresentará um caso legal como deve de ser nas arenas legal e política); mas divago...

Alguns de vós poderão estar a pensar "Nem pensar que os palestinianos algum dia leriam o livro sagrado do Sionismo!" mas não acho que devamos subestimar os estrategas palestinianos - que já deram provas da sua inteligência, versatilidade e ardil; por isso, eles podem muito bem ter lido a obra.
Mas ainda há outra teoria: os adoráveis, cultos, consumidos por uma pseudo-culpa, Judeus de esquerda usaram as ideias de Theodore Herzl e traiçoeiramente ajudaram os palestinianos a lutar contra os seus irmãos com instrumentos Sionistas - tenho a certeza de que muito de vós considerarão esta teoria mais plausível que a primeira.
Mas partamos do princípio que a OLP tenha procurado, de facto, inspirar-se no panfleto político de Herzl: irá funcionar para a Palestina do mesmo modo que funcionou para Israel? Não estou tão certa disso porque os políticos palestinianos estão dispersos (nas suas intenções) e são dotados de uma falta de organização crónica - i.e. esbanjam o dinheiro doado pelos dadores internacionais, em vez de o investirem.
Theodore Herzl propôs uma fórmula para dar ínicio à formação do Estado Judaico:

"O plano, simples na sua concepção, mas complexo na execução, será levado a cabo por duas agências: a Sociedade dos Judeus e a Companhia Judaica. A Sociedade dos Judeus fará o trabalho preparatório nos domínios da ciência e da política, o qual a Companhia Judaica irá depois aplicar de forma prática. A Companhia Judaica (...) organizará o comércio e as trocas comerciais no novo país."

Esta fórmula poderia ter sido facilmente aplicada pela OLP se a liderança palestiniana tivesse investido na educação, na ciência, na política construtiva, na organização do comércio e trocas comerciais; em vez de ter atirado dinheiro pela janela (ao organizar grupos terroristas; ao construir escolas onde se treinam miúdos para se tornarem bombistas-suicidas; e ao criar empresas de media para disseminar propaganda de ódio). Se tivessem investido os fundos como deve de ser, teriam provado a sua competência para criar e administrar uma nação.

No dia em que os líderes palestinianos recusarem serem o marioneta Jihadista e, se concentrarem em construir uma sociedade palestiniana pacífica para o seu Povo, sem pré-condições; então poder-se-á dizer, com toda a certeza, que os estrategas da AP leram o panfleto Sionista e compreenderam profundamente o seu significado:

"E o que quer que ali tentemos realizar para o nosso próprio bem-estar, irá provocar uma reacção poderosa e benéfica para o bem da humanidade."

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