Turquia: O Portão do Inferno


Não nos podemos dar ao luxo de continuar a ignorar a Turquia...
Trata-se de um país aliado dos EUA e a UE; contudo, as suas acções indicam que o aliado tem andado a preparar-se para sair do edifício da aliança a qualquer momento. 

Combate à Jihad – Passado
Em dezembro de 2013, foi reportado que a Turquia havia deportado 1.100 cidadãos europeus, que pretendiam atravessar a fronteira para a Síria, afim de se juntarem a grupos afiliados à Al-Qaeda (fonte). Os críticos dizem que tal relatório só foi preparado após a Turquia ter sido alvo de críticas ao seu apoio a grupos jihadistas (com recrutas, fundos e armas), de modo a depor Bashar al-Assad. 
Também foi reportado que a União Europeia pediu à agência de informação turca que prendesse qualquer cidadão europeu que tentasse atravessar para a Síria para fazer jihad, uma vez que a união não poderia prender suspeitos sem provas concretas, nem poderia restringir a liberdade de movimento do seus cidadãos – logo, a Turquia alega ter mantido os seus olhos bem abertos, resultando na deportação do mencionado número de cidadãos (ainda que o Haaretz tenha divulgado um número mais reduzido: 830 suspeitos ao longo de dois anos). 
Tal como o Sudão, a Turquia é bem versada na arte da Taqqiya Política; e devido a esse detalhe, convido-vos a visualizar os seguintes cenários: 
  1. Os interesses nacionais turcos ditam que Bashar al-Assad tem de partir (especialmente após o Presidente sírio ter feito um acordo tácito com os curdos, acordo esse que coloca em causa a campanha anti-Curdos, liderada pela Turquia desde que ocupou uma quarta fatia do Curdistão); logo, como é natural, o entourage de Recep Erdogan interroga-se: porque deveríamos servir os interesses dos europeus em detrimento dos nossos?
  2. Exactamente porque é do interesse da Turquia destituir al-Assad; o partido Islamista do Erdogan apoia grupos jihadistas para fazerem o trabalho sujo por eles (ainda que inicialmente, a “Política de Fronteiras Abertas” tenha sido desenhada para permitir que os tais “rebeldes moderados” passassem para a Síria de modo a depor o líder sírio). Não obstante, para calar os americanos e os europeus, enviam combatentes (estrangeiros cuidadosamente seleccionados), num número aceitável para todas as partes envolvidas, ao mesmo tempo que permitem que os combatentes mais instruídos e eficientes passem para o território sírio. 

Combate à Jihad – Presente
A Turquia continua a demonstrar uma externa vontade política para deportar os jihadistas europeus mas com um twist; particularmente, se tomarmos em consideração o incidente ocorrido no dia 24 de setembro de 2014: as autoridades turcas enviaram 3 suspeitos para Marseille (que supostamente deveriam ter aterrado em Paris) sem avisar a polícia francesa. Os 3 jihadistas (sendo um deles o cunhado de Mohammed Merah, o terrorista de Toulouse), com os cumprimentos da Turquia, aterraram na cidade do sul de França e circularam sem supervisão durante horas antes de se entregarem às autoridades – onde foram, com quem se encontraram e que mensagem transmitiram? 
A Turquia, através deste incidente, pode ter contribuído para um ataque terrorista – quantos outros incidentes similares, por divulgar e envolvendo as autoridades turcas, ocorreram? Vale a pena investigar. 
Quando pensamos em Jihad al-Nikah e todas as jovens que viajaram do ocidente para a Turquia para se juntarem ao EI/IS; quando pensamos em Hayat Boumediene que entrou e saiu da Turquia com facilidade para ir cometer actos de terrorismo em França; temos de suspeitar da eficácia turca  no combate ao terrorismo e à Jihad Menor. 

Também devemos suspeitar deste país quando um operativo do Estado islâmico (trabalhando no sul da Turquia como traficante humano) admite que envia combatentes do EI/IS através da Turquia para “irem visitar as suas famílias” ou então para “irem para a Europa e estarem preparados” (para  cometerem ataques contra alvos europeus). O mesmo operativo também partilhou que ele e os seus colegas infiltram militantes na Europa com passaportes sírios falsos (que podem ser adquiridos com relativa facilidade em território turco) – Portugal, percebes?

Turquia e a Irmandade Muçulmana
"Sem Jihad e sem preparação para a travar, não se realizará a obrigação de todo o muçulmano de estabelecer o estado Islâmico e o Califado Islâmico e de consolidar esta religião...." -- Mustafa Mashhur in Jihad is the Way

“Estas descrições são muito feias, é ofensivo e um insulto à nossa religião. Não há Islão moderado ou imoderado. Islão é Islão, ponto final.” -- PM Erdogan

A Turquia deu as boas-vindas à Irmandade Muçulmana e ao Hamas (i.e. Grupos Terroristas), depois do Qatar (sob pressão dos seus parceiros do golfo) se ter distanciado dos seus protégés. O governo islamista turco está a abusar da relação que a Turquia secular construiu com o Ocidente, ao longo dos anos, para ajudar a implementar o Plano Global Islâmico. 
O Tenente-General, da Força Aérea, Marshall B. Webb (a propósito do HQ das Forças Especiais da NATO) disse “É tudo uma questão de partilha de informação, de cooperação intensa e de confiança entre parceiros e aliados”, e se a Turquia, como membro da NATO, estiver a dar guarida e a facilitar as actividades dos inimigos do Mundo Livre, quão seguro será partilhar informação e colaborar com o Parceiro Turco? 

Colocando de parte todas as considerações políticas, o facto é que a Turquia é neste momento uma ameaça à Paz e Segurança europeias; e como resultado do falhanço político, a Europa está aos poucos a tornar-se numa ameaça à Paz, Segurança e Estabilidade do Ocidente.
Recep Erdogan abriu a Portas do Inferno. Quando agir ou não agir, eis a questão...

Comentários