Portugal: De Regresso à Monarquia Constitucional?


Convenhamos que as personagens que detêm o poder da condução dos destinos de Portugal são indivíduos sem valores; são criaturas que já se renderam ao laisse faire du hazard, em suma: são as delícias da relativização.

A Lusitânia está a ser governada por gentalha cognitivamente subdesenvolvida visto que mesmo as suas lealdades são distorcidas, pois preferem a defesa deslocada dos seus acólitos contra os portugueses por desconhecerem a diferença entre o pulsar e o saber dum povo.

Pulsar e Saber dum Povo

Uma coisa é deixar-se mover pelos subsídios e votar à esquerda, e outra coisa é saber que a negligência do governo causou a morte dos seus entes queridos, provocando angústias perpétuas nos sobreviventes devido à impotência destes para apagarem da sua memória as fatídicas labaredas de 15 de Junho e 17 de Outubro de 2017.

O povo português exibe sinais de fadiga por estar entregado em mãos de incapazes, e não descortina soluções à vista porque o pacote de medidas aprovadas para prevenir e reduzir número de incêndios é uma piada de mau gosto. O governo não tirou nenhuma ilação da tragédia que ceifou a vida a mais de cem (100) pessoas, uma vez que veio simplesmente dizer que a culpa foi do SIRESP. E por tal, o governo vai fazer-se sócio dum equipamento pernicioso, ou seja, se o SIRESP borrou a pintura do Governo, então este vai lixar os patrões do SIRESP: basta de tanto bacanal político!

Aristocracia Correctora?

Em Portugal nunca existiram correctores da sociedade, ou seja, uma aristocracia que se servisse da plebe para corrigir injustiças; embora, em abono da verdade, a Maçonaria tenha tentado assumir esse papel: quando lhe foi conveniente, mandou assassinar o Rei e implementou o sistema republicano – uma correcção, apesar de tudo – mas ao assolar o Establishment cometeu um erro de cálculo porque em sociedades resultantes de rupturas deste tipo, os povos são corruptos, invejosos, onerosos e avessos à mudança.

Já estou a ouvir as vozes da esquerda radical a invocarem impropérios, o que me parece normal, principalmente quando se recebeu o país de mão beijada, quando o país é tratado como se fosse meramente um pedaço de terra no qual se exige todo o tipo de garantias e liberdades para os ocupantes desse espaço, sem nada dar em troca senão a constante agitação do aqui e agora.

Monarquia Constitucional 

D. Luís I achou que o melhor para Portugal fosse uma Monarquia Constitucional. E que tal se se retomasse a ideia, lapidando-a? E se se voltasse a conceber Portugal como uma conquista conseguida através do sangue do Rei e do povo? E se Portugal voltasse a ser considerado um activo e não um qualquer chão? E se em Portugal houvesse uma síncope intelectual, onde as mentes pudessem ter a capacidade de corrigir o pensamento nefasto fosse ele contra ou a favor da guerra ou da paz? Mas que vozes neste momento poderiam juntar-se para começar o Processo?

  • O Partido Popular Monárquico e seus dirigentes estarão prontos para dar início a este debate?
  • Quem ocupará o trono? Os descendentes da alegada filha bastarda do rei D. Carlos I?
  • Duarte Pio de Bragança não pode imiscuir-se nesta discussão porque por Decreto Real de 1838 da Constituição Monárquica Portuguesa “art. 98 a linha collateral do ex-Infante D. Miguel I e todos os seus descendentes estão perpetuamente excluídos da sucessão”  

Quem vai por cobro ao rasto de destruição que se abateu sobre Portugal? Qual esfinge emergirá para unir o povo num projecto comum?
 
Estará este país sem bastardos reais para salvar a nação desta bastardia política orquestrada pela esquerda radical que se encontra ao leme deste Portugal?

Até para a semana


(Imagem: D. Luís I de Portugal - Wikiwand)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

Comentários

  1. Olá Lenny,

    Não escondo ser a favor da Monarquia Constitucional mas se Duarte Pio de Bragança não pode reclamar o trono, então onde é que encontrarão o tal bastardo para o fazer? Epá, parece-me que vá haver uma grande batalha pela frente lol...mas diz-me: é possível mesmo fazer com que Portugal regresse à monarquia? E a Moçonaria não iria colocar-se no caminho desta vez?

    Beijocas e boa provocação! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Max!
      Sim, é possível fazer com que Portugal regresse à monarquia. Não, a Maçonaria não iria colocar-se no caminho se o rei/rainha souber fazer a coisa; capisce?

      Boa semana de trabalho, boss querida!

      Eliminar
  2. Xiii, monarquia em portugal? Mana, a coisa tá assim tão má aí?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Carlitos!
      A coisa não está tão má assim: está uma matchimba; está a compreender?

      Aquele abraço, resistente de Moza!

      Eliminar
  3. Tenho sentimentos ambíguos quanto à monarquia: porque deveríamos retirar o poder do povo e transferi-lo para um único rei? Mas depois olho para a nossa dita democracia e penso: será que se tivessemos um rei as coisas não seriam mais controladas? Olhe, não sei, lenny! Como eu disse, tenho sentimentos ambíguos quanto à questão!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Anónimo!
      Meu caro, não se retira nada do povo; lembre-se que este país é uma nação porque o rei D. Afonso Henriques liderou a guerra e o povo juntou-se de bom grado porque o seu rei estava a segurar o touro pelos cornos.
      Se o rei se compenetrar no seu povo, não há nada melhor que a monarquia, pois ela deu o seu sangue e vida para a construção desta nação, logo, tudo o que o rei faça é pela preservação e inviolabilidade do país por si e pelo povo.
      Contudo duas balizas sine qua non: ética real e Associações correctoras com participação dos representantes do povo.

      Cumprimentos e volte sempre.

      Eliminar
  4. Mas então o propósito de instalar a república não foi acabar com a corrupção e o despesismo da monarquia, e a menina agora quer levar-nos de volta a tal regime? Ai, não sei, lenny, não sei mesmo...um abraço, JP

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, João Pedro!
      Despesismo e corrupção porque convinha aos que se sentavam à mesa do rei; ok?
      Então e o despesismo da actualidade (excesso de funcionários públicos incluindo o excesso de parlamentares)? E a corrupção vigente (amiguismo e assalto ao cofres dos estado para comprar votos)?
      Sabe, sabe... não há nada como uma monarquia ética e fiscalizada; c'est tout mon cher ami...

      Eliminar
  5. Olá mana! monarquia em portugal não seria mau, sinceramente! como sabes me mudei para portugal há uns meses, ando a tentar me adaptar e tudo mas já deu para ver que os políticos são tão matchimbeiros quantos os nossos lá, por isso apoio mudança já! Olha, deveria mudar no mundo inteiro também!

    ResponderEliminar
  6. Olá meus amores! Lenny, a democracia como a conhecemos está muerta por isso precisamos mesmo de uma mudança mas será a monarquia a resposta? Só se for um rei muito cool, com carisma, moderno, que goste e compreenda o povo; doutro modo não vale a pena, querida! Beijocas e já tava cheia de saudades vossas.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

O Etnias: O Bisturi da Sociedade™ aprecia toda a sorte de comentários, já que aqui se defende a liberdade de expressão; contudo, reservamo-nos o direito de apagar Comentos de Trolls; comentários difamatórios e ofensivos (e.g. racistas e anti-Semitas) mais aqueles que contenham asneiras em excesso. Este blog não considera que a vulgaridade esteja protegida pelo direito à liberdade de expressão. Cumprimentos